O texto Morfologia, de Margarida Maria Taddoni. Petter, é um dos capítulos do livro “Introdução à lingüística II: princípios de análise”, organizado por José Luiz Fiorim (São Paulo: Contexto, 2003). O livro destinasse a dar uma introdução didática ao estudante de Letras sobre as diversas áreas da pesquisas sobre a Língua. Seguindo esta linha editorial presente da presente obra, Margarida Petter procura destrinchar para um estudante o que vem a ser o universo da Morfologia como o campo de estudo da “formação da Palavra”. Na introdução, parte do significado que o vocábulo “palavra” tem no senso comum para a dificuldade que este conceito terá no campo científico, ao dar uma rápida pincelada da oposição entre as Morfologias Lexical e Flexional. Para facilitar compreensão, a autora mostra como se chegou a conceito estruturalista de morfema como “forma recorrente (com significação) que não pode ser analisada em formas recorrentes (significativas) menores” (Bloomfield: 1926); o que vem a ser o alomorfes e a relação morfologia e fonologia/fonética estabelecida pelos mesmos, os tipos de processos morfológicos, o conceito de “morfema zero” e o seu uso criterioso e, finalmente, a ordem dos morfemas numa palavra. Após dar este aporte teórico sobre como identificar, segmentar e reconhecer como se organiza os morfemas, a autora volta divisão entre a Morfologia Lexical (que estuda os mecanismos morfológicos pelo qual se criam novas palavras) a Morfologia Flexional (que estuda os mecanismos morfológicos pelo qual se apresentam as informações gramaticais das palavras). Na Morfologia Lexical, destaca o processo da Derivação (secundado pela Composição) como o mais importante na formação de palavra e mostra a relação entre morfologia e Semântica, pois mostra que, através destes processos, as novas palavras criadas possui novos significados. Já na Morfologia Flexional, a autora mostra relação entre a Morfologia e Sintaxe, ao mostrar que uma palavra pode modificar sua forma (através das flexões de gênero, número e caso) sem perder o seu significado. Com um texto rico em exemplos, a autora alicerçou suas análises no Estruturalismo, por ser esta a que mais se dedicar ao problema das Palavras – uma boa saída teórica, uma vez que no Gerativismo ela cairia na encruzilhada de falar de uma Gramática Universal (ou seja, que seja mais ou menos única) num ambiente em que impera a diversidade, que o reino das Palavras, como ela mesma fala na suas considerações finais. Diante da complexidade do tema, a autora conseguiu fazer um bom panorama e de rápida assimilação para um estudante universitário sobre um tema tão complexo, que ainda fazem os especialistas caírem numa armadilha.
Amizade em Tempos de Radicalismo
Há 8 anos
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